terça-feira, 10 de abril de 2012

Linguagem Denotativa X Linguagem Conotativa X Polissemia

Novamente, estou postando a aula sobre denotação, conotação e polissemia. Espero que gostem! Vamos lá!

A significação das palavras e enunciados de uma língua não é fixa, elas a operam em dois eixos de significação: o eixo denotativo ou referencial e o eixo conotativo ou afetivo, pois, dependendo do contexto, o significante de um signo lingüístico pode muitas vezes apresentar mais de um significado. Veja:

1. Denotação: é o uso do signo em seu sentido próprio, real e único, ou seja, a palavra se apresenta em seu sentido literal, portanto não permite outra interpretação. É a linguagem própria da ciência, mas pode ser encontrada também em textos jornalísticos, receitas, bulas, cardápios, etc.

Ex: A corda era muito fina, por não resistiu ao peso e arrebentou.

2. Conotação: é o uso do signo em seu sentido figurado e simbólico, ou seja, a conotação consiste em dar novos significados a uma palavra. Nesse caso, seu sentido não pode ser interpretado literalmente, ao contrário, é ampliado e modificado, com o objetivo de provocar um efeito particular.  A linguagem conotativa pode ser encontrada principalmente em poemas, músicas, propagandas, textos humorísticos, provérbios populares, etc.

Ex: Ele amanheceu com a corda toda.

OBS: Signo Linguístico é toda palavra que possui um sentido, como por exemplo, a palavra “livro”. O signo lingüístico é constituído de duas partes distintas, significante, que é o lado material, concreto e perceptível (os sons e as letras) e o significado, que o lado imaterial, o conceito, a imagem mental que fazemos do significante. Note nos exemplos que o mesmo signo (corda) possui dois significados diferentes.  No 1º exemplo, o significante “corda” significa feixe alongado de fibras vegetais, foi empregado no sentido denotativo, já no 2º exemplo, este mesmo significante adquiriu outro significado: boa disposição física e mental, energia, vigor, pois foi empregado no sentido conotativo.
Basicamente, podemos dizer que a linguagem conotativa se vale de vários recursos para ocorrer. O mais importante deles é a metáfora.
Metáfora: é a mudança de sentido de uma palavra a partir do momento em que se estabelece uma relação com outra. Veja esses exemplos:

Ana é uma rosa perfumada.
Aquele jogador é um touro.
Aquela menina me leva até às nuvens.
Um dia eu vou encontrar a luz no fim do túnel.
Ela me fuzilou com seu olhar.

3. Polissemia
Quando um significante for suporte para mais de um  significado temos a polissemia, por exemplo, o significante mão pode denotar vários significados, veja:

Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
Vamos! Coloque logo a mão na massa!
As crianças estão com as mãos sujas.
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.

A palavra Polissemia significa “muitos sentidos”, porém não deve ser vista como um problema, uma vez que será neutralizada pelo contexto. Pois assim que se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e ganha um significado específico, passando a ser denominado de significado contextual.