quinta-feira, 17 de abril de 2014

Dissertação argumentativa II

1. Conceito: o texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto com o uso de argumentos. Dissertar é tomar uma posição, ou seja, posicionar-se diante de um tema.
2. Objetivo: a tese do texto dissertativo é fundamentada com explicações e argumentos, com o objetivo de influenciar leitor, tentando convencê-lo de que a ideia defendida está correta. É preciso, portanto, expor e explicar ideias. Daí a sua dupla natureza: é argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de explicações para justificá-la. Seu objetivo é, em última análise, convencer ou tentar convencer o leitor mediante a apresentação de razões, em face da evidência de provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente.
Sendo assim, o domínio do tema é fundamental para um bom discurso. Para isso, é imprescindível que o candidato leia bastante. Deve estar atualizado com o que acontece no mundo, no seu país, no seu estado. Leia jornais, revistas, assista noticiários, busque informações. Nenhuma técnica de redação será suficiente se você não dominar o tema em pauta. 
3. Argumentação e tese: a sua redação atenderá às exigências de elaboração de um texto dissertativo-argumentativo se combinar dois princípios de estruturação: apresentação de uma tese e utilização de estratégias argumentativas para expor o problema discutido no texto e detalhar os argumentos utilizados.
I – Tese: é a ideia que você vai defender no texto. Ela deve estar relacionada ao tema e deve estar apoiada em argumentos ao longo da redação.
II - Argumento: é a justificativa utilizada por você para convencer o leitor a concordar com a tese defendida. O argumento serve para justificar e validar a tese.
III - Estratégias argumentativas: são recursos utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a convencer o leitor:
ü Exemplificação;
ü Dados e provas concretas (estatísticas, pesquisas, fatos históricos e acontecimentos notórios);
ü Argumentos de autoridade (citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto);
ü Comparações de fatos, situações, épocas, lugares, etc;
ü Causa e consequência
4. Estrutura da dissertação
1. Introdução: constitui o parágrafo inicial do texto. Deve conter a informação do que será argumentado e discutido no desenvolvimento, ou seja, na introdução, geralmente, é exposta a tese (ponto de vista) sobre o tema e os argumentos que serão discutidos no desenvolvimento. O Importante é que na introdução deve-se expor o problema e chamar a atenção do leitor. Não deve ser muito longa para não desmotivar a leitura. Utilize apenas um parágrafo. (em média 5 ou 6 linhas)
2. Desenvolvimento: é a parte mais importante do texto. É nele que você tem a oportunidade de defender o ponto de vista (tese) colocado na introdução através argumentos e estratégias argumentativas. Cada ideia deve ser discutida em um parágrafo diferente. É PROIBIDO MISTURAR IDEIAS EM UM MESMO PARÁGRAFO! (O desenvolvimento deve conter dois ou. (em média 6 a 8 linhas cada)
3. Conclusão: É aqui que você irá propor a solução. A conclusão será bem avaliada se o candidato fizer uma reafirmação de sua tese e apresentar uma proposta de intervenção e, em seguida, fazer um comentário final fechando a dissertação. (apenas um parágrafo)
RESUMINDO:
            A prova de redação exigirá a produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Os aspectos a serem avaliados relacionam-se às “competências” que devem ter sido desenvolvidas durante os anos de escolaridade.Na redação, você deverá defender uma tese, uma opinião a respeito do tema, proposto, apoiada em argumentos consistentes estruturados de forma coerente e coesa, de modo a formar uma unidade textual. Seu texto deverá ser redigido de acordo com a modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. Por fim, você deverá elaborar uma proposta de intervenção social para o problema apresentado no desenvolvimento do texto que respeite os direitos humanos.

4. Passos que ajudam a organizar o pensamento:
I - Transforme o tema em uma pergunta: o que eu penso sobre o tema (o meu posicionamento) – a resposta é a TESE;
II – Quais os motivos dessa opinião, quais os porquês (selecione 2 ou 3 motivos convincentes) – esses motivos serão os seus ARGUMENTOS;
III - É hora de explicar, defender e justificar seus argumentos: sua Selecione as estratégias argumentativas que servirão para validar sua tese (um fato concreto, uma citação de autoridade, exemplo, etc);
IV – Concluir: selecione propostas de intervenção que servirão para solucionar a problema indicado
5. Sugestões para concluir a dissertação
Ø  Dessa forma,...
Ø  Sendo assim,...
Ø  Em vista dos argumentos apresentados,...
Ø  Em virtude do que foi mencionado,...
Ø  Assim,...
Ø  Dado o exposto,...
Ø  Por tudo isso,...
Ø  Tendo em vista os aspectos observados,...
Ø  Portanto, ...
6. Pequenas dicas antes de começar a redação
ü  Faça margem no início dos parágrafos (2,5cm=dois dedos);
ü  Não pular linhas entre os parágrafos;
ü  Evite gírias, linguagem vulgar, baixo calão; use a linguagem culta;
ü  Faça letra legível;
ü  Não precisa avisar que vai concluir (Concluindo então....);
ü  Numerais devem ser escritos por extenso;
ü  Evitar frases prontas, provérbios e ditos populares (“o futebol é uma caixinha de surpresas”, “o tiro saiu pela culatra”, “dar a volta por cima”, “fechar com chave de ouro)
ü  Utilizar corretamente letras maiúsculas e minúsculas;
ü  Letra de forma é aceitável, mas as maiúsculas precisam estar diferenciadas;
ü  Evitar frases absurdas: (no mundo em que vivemos, há anos atrás, encarar frente a frente, etc.)
ü  Não seja radical nem intolerante em suas posições e não faça afirmações que não tem como comprovar, você tem sempre que estar respaldado pela verdade;
ü   Críticas também são perigosas. Criticar ou falar mal é muito fácil. Difícil é conseguir os argumentos certos para defender suas críticas, ou, até mesmo, agressões. Não, não funciona assim. Lembre-se: seus argumentos devem estar baseados em fatos concretos. Falar mal e criticar sem ter argumentos, só fará com que seu texto fique pobre
ü  Não deixe a emoção falar mais alto que a razão.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Texto, contexto e intertexto III

1. Texto
Segundo o dicionário Larousse (2007), texto é o conjunto coerente e coeso de ideias, é a palavra ou conjunto de palavras que transmite uma mensagem, que tem a intenção de comunicar algo.
Para Koch & Travaglia, o texto deve ser entendido como “uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa (contexto), como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente da sua extensão.”
Outro aspecto importante é que a situação de produção de um texto sempre supõe a existência de um interlocutor a quem ele se dirige. Interlocutor de um texto é o leitor a quem ele se dirige preferencialmente.
Os interlocutores sempre têm intenções muito específicas em relação ao discurso que produzem para o outro. A essas intenções chamamos de intencionalidade discursiva. Observe os quadrinhos e responda: Qual a intenção comunicativa do autor do texto?
2. Contexto    Outro fator importante para compreender e interpretar bem um texto é o contexto no qual ele está inserido. Contexto é a situação concreta a que um texto faz referência, logo todo texto tem um contexto.  Ele é formado pelas relações estabelecidas entre o conjunto de circunstâncias associadas à ocorrência de determinado fato ou situação de que trata o texto.
Há diferentes tipos de contextos: social, político, cultural, estético, esportivo, educacional, histórico, religioso, ideológico, ... e sua identificação é fundamental para que se possa compreender bem o texto, mas essa identificação vai depender do conhecimento sobre o que está sendo abordado e as conclusões referentes ao texto. 
Em determinados textos,  a informação sobre acontecimentos passados contribui para sua compreensão. Por isso, quanto mais variado o campo de conhecimento, mais facilidade encontrará o leitor para ler e interpretar, pois muitas vezes é a falta de informação que impede a compreensão de determinados textos. Observe as  imagens abaixo:
a) A que contexto se referem as imagens  e a que situação específica referem-se? Explique.

b) Qual a intenção comunicativa do autor destes textos?

3. Intertexto (intertextualidade)
É a relação que se estabelece entre dois textos, quando um faz referência a elementos existentes no outro. Esses elementos podem dizer respeito ao conteúdo ou  à forma. A intertextualidade pode ocorrer em textos escritos, músicas, pinturas, filmes, novelas, como por exemplo, em textos de paródia (por excelência, intertextuais), em releituras e em cada citação dum texto alheio e diz-se sempre que o texto mais recente utiliza uma intertextualidade com um texto mais antigo (não ao contrário: a intertextualidade não é recíproca). Naturalmente, detectar uma intertextualidade depende do conhecimento do texto, portanto, também, do conhecimento de mundo do leitor. Observe como os textos II e III fazem referência direta ao texto I:

Texto I: I Coríntios 13
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.   
(Bíblia, I Coríntios 13)
Texto II: Amor é fogo
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
                                               Luiz Vaz de Camões 
Texto III: Monte Castelo
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja Ou se envaidece...
O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...
Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
(Renato Russo – Legião Urbana,  1989)

Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade é persistente. Sabemos que todo texto, seja ele literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que se refere a assuntos abordados em outros textos são exemplos de intertextualização. A intertextualidade está presente também em outras áreas, como na pintura, também se aplica o conceito de releitura (adaptação a uma nova cultura) e o de paródia (adaptação humorística). Observe a imagem da Mona Lisa de Leonardo da Vinci e sua adaptação publicitária: 
Na imagem, observamos uma intertextualidade do tipo paródia, que visa tornar a imagem mais atrativa e associa ao produto as propriedades de qualidade e perfeição que inspira o quadro da Mona Lisa:
A intertextualidade pode ocorrer sob as formas abaixo de:   
·    Paráfrase - A paráfrase consiste em refazer um texto fonte em função de seu conteúdo. É uma categoria que abrange resumos, condensações, atas, adaptações relatórios.
·    Paródia - A paródia é a recriação de viés crítico, com intenção cômica ou satírica. Na paródia, o texto fonte não é apenas o ponto de partida. Ele permanece entrevisto no espaço do texto recriado, sem o que se perde o efeito de sentido da paródia.
·    Plágio - O plágio consiste na apropriação ou imitação, essencialmente ilícita, de texto alheio. Pode ser parcial ou total, distinguindo-se da paráfrase e da paródia por ocultar seu processo de criação. A facilidade, criada pela internet, do acesso a textos alheios aumentou consideravelmente a prática do plágio nos meios acadêmicos.

E para finalizar este vídeo:

Novas Leituras obrigatórias na Uepa


As leituras obrigatórias do Prise e Prosel da Universidade do Estado do Pará (Uepa) foram modificadas. A alteração no conteúdo programático da disciplina Literatura foi a única mudança feita pela Uepa para a seleção de novos estudantes em 2015.
A mudança foi baseada no conteúdo oficial da Seduc (Secretaria de Educação), aplicados aos alunos do Ensino Médio da rede pública de ensino.

Confira aqui as leituras obrigatórias .

Seleção -Os Processos Seletivos 2015 da Uepa estão marcados para os dias 23 e 24 de novembro e 14 de dezembro. Na primeira etapa,os candidatos terão cinco horas para responder a 56 questões objetivas de conhecimentos gerais nas áreas de Química, Matemática, Física, Biologia, Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Portuguesa, História e Geografia.

A segunda etapa do certame é composta por 60 questões objetivas de conhecimentos gerais e Língua Estrangeira. Já na terceira e última fase dos Processos Seletivos 2015, os candidatos responderão a 54 questões objetivas, incluindo Língua Estrangeira, e uma redação valendo 30 pontos.

Em breve postarei, aqui, essas leituras com seus respectivos comentários.

Fonte: Portal Uepa