A Dissertação
é um tipo de texto opinativo no qual o escritor defende um ponto de
vista com o uso de argumentos. Na Dissertação argumentativa, o
intuito é convencer o leitor, persuadi-lo a concordar com a ideia ou ponto de
vista exposto, isso se faz através de várias maneiras de argumentação,
utilizando-se de dados, estatísticas, provas, exemplos, etc.
Sendo
assim, o domínio do tema é fundamental para um bom discurso. Para isso, é
imprescindível que o candidato leia bastante. Deve estar atualizado com o que
acontece no mundo, no seu país, no seu estado. Leia jornais, revistas, assista
noticiários, busque informações. Nenhuma técnica de redação será suficiente se
você não dominar o tema em pauta. Essa é a primeira dica.
O
argumento
Argumentar
é uma ação verbal na qual se utiliza a palavra oral ou escrita para defender
uma tese, ou seja, uma opinião, uma posição, um ponto de vista particular a
respeito de determinado fato.
Assim
como num jogo, quem argumenta faz suas “jogadas” para se sair vencedor: entre
outras coisas, afirma, nega, contesta, explica, promete, profetiza, critica, dá
exemplos, ironiza. E todas essas jogadas estão a serviço da criação de um clima
favorável à adesão do público às posições defendidas. A cada “lance”, o
argumentador se esforça para comprovar que está indo pelo caminho certo; caso
contrário, perderá credibilidade e será vencido.
Tipos de argumentos
·
Argumento
de autoridade: ajuda a sustentar o
ponto de vista, pois lança mão da voz de um especialista, uma pessoa
respeitável (líder, artista, político) ou uma instituição de pesquisa
considerada autoridade no assunto em debate.
Ex: O cinema nacional conquistou nos últimos
anos qualidade e faturamento nunca vistos antes. “Uma câmera na mão e uma ideia
na cabeça” - a famosa frase-conceito do diretor Gláuber Rocha – virou uma
fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro
faturou no ano passado. (Adaptado
de Época, 14/04/2004)
·
Argumento
por exemplificação: pretende-se levar o leitor a admitir a tese ou a conclusão
justificando-a por meio de exemplos de um fato ocorrido, mostrando que aquilo
que se defende é válido.
Ex: Vejam
os exemplos de muitas experiências positivas — Jundiaí (SP), Campinas (SP), São
Caetano do Sul (SP), Campina Grande (PB) etc. — sistematicamente ignoradas pela
grande imprensa. Tantos exemplos levam a acreditar que existe uma tendência predominante na
grande imprensa do Brasil de só noticiar fatos negativos.
· Argumento por comparação: O argumentador pretende
levar o leitor a aderir a sua tese
mostrando diferenças e semelhanças entre dois lados que pensam
diferentes.
Ex: A quebra
de sigilo nas provas do Enem 2009, denunciada pela imprensa, nos faz indagar
quem seriam os responsáveis. O sigilo de uma prova do Enem deve pertencer ao
âmbito das autoridades educacionais — e não da imprensa. Assim como a imprensa
é responsável por seus próprios sigilos, as autoridades educacionais devem ser
responsáveis pelo sigilo do Enem.
· Argumento de provas concretas ou de princípio: comprova seus argumentos com informações contestáveis: dados
estatísticos, fatos históricos, acontecimentos notórios.
Ex: De acordo
com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) de 2008, o telefone, a
televisão e o computador estão entre os bens de consumo mais adquiridos pelas
famílias brasileiras. Esses dados mostram que boa parte desses bens de consumo
é ligada ao desejo de se comunicar. A presença desses três meios de comunicação
entre os bens mais adquiridos pelos brasileiros é uma evidência desse desejo.
· Argumentação por causa e consequência: a tese ou a conclusão é
aceita justamente por ser uma causa ou uma consequência dos fatos apresentados,
ou seja, um fato ocorre em decorrência de outro.
Ex: Ao se desesperar num questionamento em São Paulo,
daqueles em que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde, o
indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está
uma monumental ignorância histórica. São Paulo só chegou a esse caos porque um
seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter
metrô. Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda
mais o congestionamento – o que leva técnicos a preverem como inevitável a
implantação de perigos.
Estrutura
da dissertação
1. Introdução: constitui o parágrafo inicial do texto. Deve conter
a informação do que será argumentado e/ou discutido no desenvolvimento, ou
seja, na introdução, geralmente, é exposta a tese (ponto de vista) sobre o tema
e os argumentos que serão discutidos no desenvolvimento. O Importante é que na
introdução deve-se expor o problema e chamar a atenção do leitor. Não
deve ser muito longa para não desmotivar a leitura. Utilize apenas um
parágrafo. (em média 5 linhas)
2. Desenvolvimento: é a parte mais importante do texto. É nele que você tem a oportunidade
de defender o ponto de vista (tese) colocado na introdução através argumentos,
contra-argumentos, causa e consequência, estatísticas, fatos, exemplos, etc. Cada ideia deve ser discutida em parágrafo
diferente. É PROIBIDO MISTURAR IDEIAS EM MESMO PARÁGRAFO! O desenvolvimento
deve conter no mínimo três parágrafos. (em média 5, 6 linhas cada)
3. Conclusão: É aqui que você irá propor a solução. Seu ponto de
vista, pois, apesar de ter colocado suas ideias no desenvolvimento, é aqui que
ele terá mais destaque. Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um
fecho, apresentando possíveis soluções para o problema apresentado. Utilize
apenas um parágrafo
Esquemas
de uma dissertação
PARÁGRAFOS:
Numa dissertação, cada parágrafo
é a representação da exposição de uma ideia. Uma boa técnica é dividir sua
dissertação em 5 parágrafos, da seguinte forma:
1º – Introdução;
2º, 3º e 4º –
Desenvolvimento;
5º – Conclusão.
Esquema nº 1
1º parágrafo
|
TEMA + tese + argumento
1 + argumento 2 + argumento 3
|
Introdução
|
2º
parágrafo
3º
parágrafo
4º
parágrafo
|
Desenvolvimento
do argumento 1
Desenvolvimento
do argumento 2
Desenvolvimento
do argumento 3
|
Desenvolvimento
|
5º
parágrafo
|
Expressão inicial
+ reafirmação do tema + solução + observação final
|
Conclusão
|
Esquema nº 2
1º parágrafo
|
Apresentação do tema, com rápido comentário.
|
Introdução
|
2º parágrafo
3º parágrafo
|
Causas, com explicações e exemplos concretos.
Consequências, com explicações e exemplos concretos.
|
Desenvolvimento
|
4º parágrafo
|
Expressão inicial + reafirmação do tema + obs. final
|
Conclusão
|
Esquema nº 3
1º parágrafo
|
Apresentação do tema com rápido comentário.
|
Introdução
|
2º parágrafo
3º parágrafo
|
Análise dos aspectos favoráveis, com exemplos.
Analise dos aspectos contrários, com exemplos.
|
Desenvolvimento
|
4º parágrafo
|
Expressão inicial + posicionamento pessoal em
relação ao tema + observação final
|
Conclusão
|
Elementos articuladores
Usos
|
Expressões |
Indicação de certeza
|
Sem dúvida, está claro que, com certeza, é
indiscutível
|
Indicação de probabilidade
|
Provavelmente, me parece que, ao que tudo indica,
é possível que
|
Relação de causa e consequência
|
Porque, pois, então, logo, portanto, consequentemente
|
Acréscimo de argumentos
|
Além disso, também, ademais
|
Indicação de restrição
(introduz uma ideia contrária do que foi afirmado antes)
|
Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, apesar
de, não obstante
|
Organização geral do texto (introduz argumento)
|
Inicialmente, primeiramente, em segundo lugar, por
um lado, por outro lado, por fim
|
Introdução de conclusão
|
Assim, finalmente, para finalizar, concluindo,
enfim, em resumo
|
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